Banco Central reduz taxa de juros para 6,75% ao ano, a menor em 60 anos

Banco Central reduz taxa de juros para 6,75% ao ano, a menor em 60 anos


Banco Central do Brasil reduziu nesta quarta-feira (7) a taxa básica de juros para 6,75% ao ano e declarou que a inflação está sob controle. Mas voltou a alertar que o governo precisa fazer reformas para colocar as contas em ordem.
Fazia 60 anos que os juros não ficavam tão baixos no Brasil.
Oficialmente é a menor taxa básica de juros da série histórica do Banco Central, que começou em 1986.

Mas será que, antes disso, tivemos uma taxa tão baixa assim?

O economista Maurício Molan foi atrás da resposta: comparou números do FMI, o Fundo Monetário Internacional e descobriu que sim, que a taxa de juros de curtíssimo prazo, que um banco usa para emprestar dinheiro por outro, e que seria próxima da Selic de hoje, esteve num nível parecido 60 anos atrás.
“Foi em 57 quando a gente teve pela última vez a taxa a 6%, daí a taxa subiu em 1958 para 8% e a partir daí ela nunca voltou a esse patamar abaixo de 7%. Ela é muito próxima da Selic, tem uma pequena diferença, mas, em grande medida ao longo do tempo, essa é uma boa medida da taxa de política monetária praticada pela autoridade”, explicou Maurício Molan, economista-chefe do Banco Santander.
Década de 1950; foi nesse período que dona Irma e o marido compraram um terreno e construíram a casa onde vivem até hoje. 
“A gente comprou a prazo, para pagar em dez anos. Assim, consegui a casa própria. Construímos um quarto, cozinha e banheiro”, conta Irma Martins, de 79 anos.
Nessa época de dinheiro barato no Brasil o Banco Central nem existia. O mundo vivia o começo da corrida espacial de Estados Unidos e União Soviética. Na ciência, a descoberta do DNA foi um marco. Os brasileiros viram a seleção ganhar a primeira Copa do Mundo. No Rio, surgiu a Bossa Nova.
Há 60 anos, a Avenida Paulista dos antigos casarões começou a mudar e ganhou o primeiro centro comercial: o Conjunto Nacional. Era sinal de uma economia em expansão. Com a industrialização forte, São Paulo virou a cidade mais populosa de um país que tinha pressa.

Um plano desenvolvimentista do presidente Juscelino Kubitschek prometia fazer o país avançar 50 anos em cinco. Foi quando Brasília nasceu.

Mas o aumento dos gastos públicos e o endividamento deixaram lembranças amargas.
“Lá no final da década de 50, a gente já viu a inflação começar a subir principalmente pelo descontrole das contas públicas. Isso gerou um processo inflacionário que dificilmente pôde ser controlado nos anos seguintes”, lembra Molan.
Ao contrário daquela época, hoje a inflação está sob controle e o Brasil vende e compra produtos livremente, mas a ameaça é a mesma.
“Agora, a maior ameaça também é o ajuste das contas públicas, é o governo garantir o equilíbrio de despesas e receitas para reduzir o endividamento e permitir que a taxa fique baixa por um longo tempo”, diz o economista.
Essa é a esperança do consumidor. Os juros de empréstimos e financiamentos são muito maiores do que a taxa básica definida pelo Banco Central. E 60 anos depois, dona Irma só compra à vista.
“Eu posso, eu compro. Se eu não posso, eu não compro. Eu gosto de deitar na cama e dormir sossegada”, disse.O Banco Central do Brasil reduziu nesta quarta-feira (7) a taxa básica de juros para 6,75% ao ano e declarou que a inflação está sob controle. Mas voltou a alertar que o governo precisa fazer reformas para colocar as contas em ordem.
Fazia 60 anos que os juros não ficavam tão baixos no Brasil.
Oficialmente é a menor taxa básica de juros da série histórica do Banco Central, que começou em 1986.

Mas será que, antes disso, tivemos uma taxa tão baixa assim?

O economista Maurício Molan foi atrás da resposta: comparou números do FMI, o Fundo Monetário Internacional e descobriu que sim, que a taxa de juros de curtíssimo prazo, que um banco usa para emprestar dinheiro por outro, e que seria próxima da Selic de hoje, esteve num nível parecido 60 anos atrás.
“Foi em 57 quando a gente teve pela última vez a taxa a 6%, daí a taxa subiu em 1958 para 8% e a partir daí ela nunca voltou a esse patamar abaixo de 7%. Ela é muito próxima da Selic, tem uma pequena diferença, mas, em grande medida ao longo do tempo, essa é uma boa medida da taxa de política monetária praticada pela autoridade”, explicou Maurício Molan, economista-chefe do Banco Santander.
Década de 1950; foi nesse período que dona Irma e o marido compraram um terreno e construíram a casa onde vivem até hoje. 
“A gente comprou a prazo, para pagar em dez anos. Assim, consegui a casa própria. Construímos um quarto, cozinha e banheiro”, conta Irma Martins, de 79 anos.
Nessa época de dinheiro barato no Brasil o Banco Central nem existia. O mundo vivia o começo da corrida espacial de Estados Unidos e União Soviética. Na ciência, a descoberta do DNA foi um marco. Os brasileiros viram a seleção ganhar a primeira Copa do Mundo. No Rio, surgiu a Bossa Nova.
Há 60 anos, a Avenida Paulista dos antigos casarões começou a mudar e ganhou o primeiro centro comercial: o Conjunto Nacional. Era sinal de uma economia em expansão. Com a industrialização forte, São Paulo virou a cidade mais populosa de um país que tinha pressa.

Um plano desenvolvimentista do presidente Juscelino Kubitschek prometia fazer o país avançar 50 anos em cinco. Foi quando Brasília nasceu.

Mas o aumento dos gastos públicos e o endividamento deixaram lembranças amargas.
“Lá no final da década de 50, a gente já viu a inflação começar a subir principalmente pelo descontrole das contas públicas. Isso gerou um processo inflacionário que dificilmente pôde ser controlado nos anos seguintes”, lembra Molan.
Ao contrário daquela época, hoje a inflação está sob controle e o Brasil vende e compra produtos livremente, mas a ameaça é a mesma.
“Agora, a maior ameaça também é o ajuste das contas públicas, é o governo garantir o equilíbrio de despesas e receitas para reduzir o endividamento e permitir que a taxa fique baixa por um longo tempo”, diz o economista.
Essa é a esperança do consumidor. Os juros de empréstimos e financiamentos são muito maiores do que a taxa básica definida pelo Banco Central. E 60 anos depois, dona Irma só compra à vista.
“Eu posso, eu compro. Se eu não posso, eu não compro. Eu gosto de deitar na cama e dormir sossegada”, disse.

Pb.com.br

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