Mais da metade dos paraibanos são sedentários, revela pesquisa do IBGE

Mais da metade dos paraibanos são sedentários, revela pesquisa do IBGE

Percentual de pessoas insuficientes ativas chega a 51,9%, diz a pesquisa. Dados são referentes às pessoas com 18 anos ou mais.


A rotina. O cansaço. Falta de tempo. Essas são algumas das realidades apresentadas por jovens paraibanos que têm por companheiro diário o sedentarismo. Uma problema que alcança 51,9% da população do Estado com 18 anos ou mais, considerados assim insuficientemente ativos pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda de acordo com os dados do IBGE, deste total, 57,6% são mulheres e 45,4% homens. O percentual total da Paraíba é maior do que a média nacional, que chega a 46%.
Com o passar dos anos, a disposição dos jovens para se exercitar parece ir passando também. Segundo a pesquisa do IBGE, o percentual de adultos praticantes do nível recomendado de atividade física no tempo livre tende a diminuir ao longo dos anos. Os últimos dados revelam que na idade de 18 a 24 anos, 35,3% praticavam o nível recomendado de atividade física no lazer, porém, entre os de 25 a 39 anos a proporção foi de apenas 25,5%.
É justamente neste período de 18 aos 24, que mora um perigo silencioso, como alerta o cirurgião cardiovascular AndréTelis. “É cada vez mais evidente que o início das doenças associadas ao sedentarismo tenham início na infância e, claro, na juventude, momento em que muitos abandonam as atividades para entrar no mercado de trabalho. Muito embora os sintomas delas só se manifestem na vida adulta", explicou o médico.
Ainda segundo o médico, dados do Ministério dos Esportes dão conta que a maioria das pessoas que abandonam a prática de esportes o fazem entre os 16 e 24 anoss e, isto pode influenciar para futuras complicações cardíacas.
Jovens insuficientemente ativos
Esta classificação serve para as pessoas que não praticaram atividade física ou praticaram por menos do que 150 minutos por semana considerando os três domínios: lazer; trabalho e deslocamento para o trabalho, de acordo com a pesquisa do IBGE.

fotógrafo diz não ter mais disposição para exercídios físicos como antes (Foto: Alysson Souza/Arquivo pessoal)
Fotógrafo diz não ter mais a mesma disposição
para exercícios físicos como tinha antes
(Foto: Alysson Souza/Arquivo pessoal)
Um deles é o Alysson Souza. O jovem fotógrafo de 21 anos abandonou as atividades físicas pelo trabalho. Ele treinou basquete e atualmente diz não encontrar tempo para manter praticas esportivas, ou atividades físicas simples e rotineiras. "Joguei basquete e malhava até os 17 anos, depois disso comecei a me dedicar ao trabalho, depois faculdade, estágio...Hoje trabalho à tarde, faço faculdade pela manhã e sou fotógrafo de shows e eventos noturnos", relatou ele.
Após deixar de lado os exercícios, Allysson comentou que se sente mais pesado, lento e sem disposição. "O que me impede mesmo de sair do sedentarismo é a indisposição", friou ele. O fotógrafo confessa não práticar mais atividades, já passou um tempo malhando mas, segundo ele, sempre aparece algo que toma o seu tempo. 
Fotografa Michelly (Foto: Michelly Emily/Arquivo pessoal)
Michelly disse que pretende sair do sedentarismo
(Foto: Michelly Emily/Arquivo pessoal)
A namorada dele Michelly Emily, de 23 anos enfrenta os mesmos desafios. Ela, que também trabalha com fotografia disse ter consciências dos prejuízos de não praticar exercícios e confessa: “Sou sedentária! Com o passar dos anos, isso vai fazer mal ao meu corpo. Já sinto dores na coluna e no joelho”, disse ela. Além disso, a jovem revelou sentir dificuldades de respirar ao fazer atividades.
Ela ainda contou um pouco da sua rotina. "Levo minha irmã pra o colégio, depois faculdade, em seguida volto pra casa, e fico no computador a tarde toda. Faço todas as refeições tarde. Uso controle remoto e só levanto do sofá se eu não encontrar ele. Final de semana, fotógrafo a noite ate umas 03h e durmo até 12h dia no dia seguinte". contou.
Para sair dessa situação Michelly disse desejar criar hábitos mais saudáveis, mesmo que a rotina, o cansaço e a falta de tempo, por vezes, lhe desanimem. Segundo ela, com essas barreiras nunca foi possível consegui sair da zona de conforto. "Já tentei fazer academia várias vezes mas nunca consigo ultrapassar 3 meses", ressaltou. Ainda segundo Michelly, outras tentativas também foi realizadas, como por exemplo a última, no mês de junho ao tentar manter uma rotina de caminhadas, porém, sem sucesso.
Médico recomenda exercídios para evitar complicações cardíacas (Foto: Andre Telis/Arquivo pessoal)
Médico recomenda exercídios para evitar
complicações cardíacas
(Foto: Andre Telis/Arquivo pessoal)
Malefícios e Dicas
Segundo o cirurgião cardiovascular André Telis, entre os fatores de risco para doenças cardíacas, a história familiar é extremamente importante, o sexo, a idade também influenciam diretamente o risco de morte por complicações no coração. "Como não é possivel mudar a historia genética, tão pouco alterar o calendário biológico e burlar a idade genética, agir de forma agressiva nos fatores ambientais tem um peso enorme na redução do risco cardíaco e deixar a preguiça de lado para exercitar-se regularmente é uma forma excelente de cuidar do coração", disse ele.

O médico recomendou que para começar a mudar o estilo de vida e reduzir o tempo de sedentarismo nos jovens, algumas intervenções familiares são essenciais.
Já o orientador físico Pedro Gustavo sugere que as pessoas busquem pequenas coisas para sair da zona do sedentarismo, como por exemplo, a coragem de sair do sofá. Além disso, de acordo com ele, atualmente há diversas opções para quem deseja voltar à prática esportiva. "Há diversas opções em academias, e esportes coletivos. Mas, há também a possibilidade de fazer coisas simples. Varrer a casa já é uma atividade física, tentar usar menos o controle remoto, caminhar um pouco descendo paradas antes de casa, ir a lugares próximo sem precisar usar o carro. Essas coisas já contribuem para sair do sedentarismo", recomenda.

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