Acordo devolve R$ 1 bi à Petrobras

Acordo devolve R$ 1 bi à Petrobras

O acordo de leniência que a Controladoria-Geral da União (CGU) vai fechar com a SBM obrigará a empresa holandesa a pagar cerca de R$ 1 bilhão de indenização à União. Os recursos serão todos destinados aos cofres da Petrobras. A SBM é acusada de pagar propina em troca de contratos com a estatal brasileira, e o caso está sendo investigado pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro. Na semana passada, o ministro-chefe da CGU, Valdir Simão, confirmou que as negociações para assinatura do acordo de leniência estão em fase final e serão encerradas nos próximos dias.
O texto do acordo, segundo pessoas envolvidas nas negociações, prevê que pelo menos 65% do valor da indenização terão de ser pagos em dinheiro e serão revertidos para a Petrobras. Os 35% restantes poderão ser pagos na forma de prestação de serviços à estatal. Caberá à Petrobras negociar com a SBM quais serviços serão contratados para a empresa pagar o que deve.
A empresa holandesa solicitou que seja incluída no acordo uma cláusula permitindo que ela possa voltar a participar de licitações da estatal brasileira. O pedido foi aceito. Em contrapartida, a SBM terá que concordar em aderir ao novo sistema de “política de integridade” da estatal.
Entre as exigências às empresas privadas participantes estão a adoção de transparência nas planilhas de custos e a possibilidade de serem responsabilizadas não só as empresas, mas também os dirigentes dessas empresas, em caso de irregularidades. Pela nova política da Petrobras, até o CEO da empresa pode ser arrolado como responsável em caso de eventual dano à estatal brasileira.
A mesma “política de integridade” será aplicada às mais de 13 mil empresas que estão no cadastro de fornecedores da Petrobras. A estatal pretende iniciar processo semelhante com as empreiteiras envolvidas na Operação Lava-Jato. O primeiro passo é submeter as empresas a um questionário sobre regras de compliance, em que devem ser informados os mecanismos existentes de prevenção de atos irregulares. As empresas também precisam aceitar serem submetidas a auditorias da própria Petrobras.
No final de setembro, a Petrobras já havia divulgado comunicado público informando que voltará a convidar a SBM Offshore e empresas de seu grupo a participar de concorrências públicas da estatal. A nota fazia, no entanto, uma ressalva: a SBM só seria efetivamente contratada se assinasse o acordo de leniência com a CGU e o Ministério Público Federal. Os termos do acordo serão submetidos ao Tribunal de Contas da União e já têm o aval da Petrobras.
G1

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