PSDB vai ao STF para tentar, no mínimo, afastar Dilma da Presidência por 180 dias

PSDB vai ao STF para tentar, no mínimo, afastar Dilma da Presidência por 180 dias


Em entrevista à BBC Brasil, o jurista Miguel Reale Jr., ex-ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), explica a estratégia tucana para tirar Dilma Rousseff (PT) da Presidência da República. Para Miguel Reale, ao contrário da leitura geral, de que a oposição recuou ao desistir do impeachment, a decisão de entrar com um pedido de ação penal comum seria uma opção mais incisiva, porque o processo não ficaria pendente do apoio político no Congresso.
A lógica de buscar o Supremo Tribunal Federal (STF) seria evitar a barreira política que o impeachment teria para começar a tramitar no Congresso. Em tese, seria um caminho mais técnico. O pedido de ação será apresentado ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que se aceitá-lo vai encaminhar a peça ao STF.
Em uma das respostas à reportagem da BBC Brasil, Reale afirma: “Esta ação de crimes comuns tem na verdade o mesmo efeito do impeachment, que é o afastamento da presidente de suas funções enquanto o processo é julgado, caso seja aceito. A acusação será entregue nesta terça-feira ao procurador, e ele tem a possibilidade de arquivá-la ou encaminhá-la ao STF. Ao encaminhá-la ao STF, os ministros da Suprema Corte têm que requerer autorização da Câmara para processar a presidente. Dada a autorização por votação com dois terços dos parlamentares, a presidente fica 180 dias afastada do cargo. Então o efeito é o mesmo, e portanto estão enganados aqueles que dizem que o PSDB voltou atrás. Nós fizemos aquilo que é o mais aconselhável neste momento, até porque o impeachment não fica proibido de ser interposto, mesmo porque novos fatos estão ocorrendo a todo instante, com os novos desdobramentos dos depoimentos da Operação Lava Jato.”




Jornal do Comércio 

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