Cotação do dólar supera R$ 4 e é a mais alta em 21 anos

Cotação do dólar supera R$ 4 e é a mais alta em 21 anos

Da Agência Brasil
A cotação do dólar na manhã de hoje (22) alcançou R$ 4 e é a mais alta, desde a criação do Plano Real, em 1994. Às 9h20, a cotação estava em R$ 4,0264. Ontem, apesar da intervenção do Banco Central (BC), a moeda norte-americana fechou o dia com alta de 0,57%, vendido a R$ 3,981. O recorde para o fechamento da moeda ocorreu em 10 outubro de 2002, quando o dólar fechou o dia cotado em R$ 3,99.
Ontem (21), além de vender dólares no mercado futuro, por meio da rolagem (renovação) dos leilões de swap cambial, o Banco Central ofertou US$ 3 bilhões por meio de um leilão de venda com compromisso de recompra. Nessa modalidade, o BC vende dólares das reservas internacionais, mas adquire a divisa de volta algum tempo depois.
Para hoje, embora o BC não tenha anunciado, até o momento, novo leilão de venda com compromisso de recompra, a instituição fará mais um leilão de rolagem de swap cambial.
A cotação da moeda não tem caído nos últimos dias, apesar de o Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, ter adiado o aumento da taxa básica de juros da maior economia do planeta, na reunião da última quinta-feira (17).
Desde o fim de 2008, os juros nos Estados Unidos estão entre 0% e 0,25% ao ano. Na época, o Fed cortou a taxa para estimular a economia americana em meio à crise no crédito imobiliário. A última elevação de juros nos EUA ocorreu em 2006.
Juros mais altos atraem capital para os títulos públicos americanos, considerados a aplicação mais segura do mundo. Os investidores retiram recursos de países emergentes, como o Brasil, pressionando a cotação do dólar.
Edição: Denise Griesinger
Segundo o especialista econômico Rodrigo Leone, a alta da cotação do dólar, aliada ao aumento da inflação, que chega a mais de 7%, ainda pode resultar em aumento nos preços de produtos consumidos diariamente.

“O dólar impacta na inflação e é parte integrante de vários custos em produção e transporte de produtos, como nos combustíveis, no minério de ferro, no trigo e outros insumos que são importados pelas empresas brasileiras. Com isso, o aumento do dólar vai impactar, por exemplo, no preço final da gasolina, do pão francês, dos carros e de outros bens de consumo”, afirmou Rodrigo Leone.

O aumento de preços, segundo Rodrigo, é repassado ao consumidor final porque as empresas terminam tendo maiores despesas com o frete e a distribuição de produtos, a partir da elevação do dólar e da inflação. 
Halan Azevedo - Portal Correio.

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