Governo não garante repasse de recursos e universidades podem ter 2018 de crise

Governo não garante repasse de recursos e universidades podem ter 2018 de crise

O Governo Federal ainda não garantiu o repasse de recursos para Universidades Federais para o ano de 2018 e a incerteza sobre a verba tem deixado reitores de todo o Nordeste preocupados com a situação em que as instituições se encontram atualmente. A problemática foi exposta nesta sexta-feira (10) durante encontro realizado na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), onde o reitor da Universidade Federal do Piauí e vice-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Arimateia Lopes, expôs que até o momento o recurso garantido é relativo a apenas 15% do que foi enviado em 2017. 


“Nós tivemos uma diminuição no recurso das universidades em um valor muito alto, um percentual alto O MEC (Ministério da Educação) alega que o orçamento tem crescido. Realmente se você envolver a folha de pagamento é claro que cresce, porque está dentro do crescimento vegetativo da folha, mas quando você tira o pessoal, que a gente foca que é o recurso para custeio e investimento, aí houve uma redução significante. No custeio, nós tivemos a manutenção do valor nominal do ano passado, o que significa uma redução levando em conta a inflação. E no capital, uma redução drástica, em torno de 50% dos recursos de 2016 que foram liberados para 2017. E para 2018, estamos em uma situação mais crítica, porque o que tem alocado para orçamentos das universidades chega a 15% deste ano”, explicou. 


A reitora da UFPB, Margareth Diniz, tratou como lamentável a atual conjuntura e ressaltou a importância do ensino superior público e gratuito. ‘É lamentável esta situação. Mas estamos firmes e fortes na vontade de que a gente possa mostrar para a sociedade e a este governo a importância de que se é ter uma universidade funcionando em sua plenitude e que o repasse de recursos para universidades publicas é investimento. Se você observar o FIES, que é o repasse do governo para universidades e faculdades privadas, em 2001 foi de 2,1 bilhões de reais, em 2017 de R$ 21 bilhões. As universidades publicas federais só precisam de seis bilhões para seu custeio no dia a dia. Então não é proporcional como ele vê a universidade publica federal e vê as universidades privadas? Nós lamentamos muito por isto”, disse.

Segundo a reitora, a situação é praticamente igual em todas as universidades do Brasil. “A situação é linear para todas as universidades federais do Brasil e nós lamentamos que o governo tenha centrado muito nas universidades públicas federais para cortar o nosso orçamento. Temos a clareza da importância que é uma universidade pública gratuita e de qualidade, não abrimos mão disto. Estamos batalhando pelo futuro do nosso país. As universidades federais são responsáveis pela maioria do que se faz em pesquisa e inovação tecnológica, e através da educação que nos vamos emancipar o nosso povo, os nossos jovens”, explicou.

Rammom Monte - Portal Correio

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